COUTO DE MAGALHÃES DE MINAS E SUA HISTÓRIA

O Arraial Rio Manso surgiu ligado à exploração de diamantes, na Comarca de Serro Frio. O povoamento aconteceu no início do século XVIII, como Povoado de Tijuco, quando foram encontrados ouro e diamante às margens do Rio Manso.

Alguns moradores mais antigos contam que Sebastião Leme do Prado foi quem explorou a região e assentou acampamento próximo às margens de um rio cristalino, que recebeu o nome de Rio Manso. O antigo Rio Manso com o passar dos anos, consolida-se como núcleo urbano, e em dezembro de 1962 passa a ser município desmembrado de Diamantina, recebendo o nome de Couto de Magalhães. O nome da cidade é uma homenagem ao político, escritor e cientista, nascido em Diamantina, General José Vieira Couto de Magalhães.

Atualmente, a cidade é pequena, com entorno de 4.202 habitantes.

A paisagem natural do município é muito bonita, marcada pelas cristas e topos da Serra do Espinhaço e pelas chapadas modeladas pelo trabalho dos rios, durante milhares de anos.  A geologia é composta principalmente pelos quartzitos.

O principal rio da região é o Rio Jequitinhonha, mas diversos córregos escorrem por entre as vertentes em sua direção. È cortada pelo Rio Manso e o Córrego da Fome na área urbana, com topografia relativamente plana, casas com jardins floridos e pomares nos quintais. São muitas as opções de cachoeiras, com destaque para a do Tomé, da Fábrica, dos Vaqueiros, do Bananal e uma lagoa de águas azuis,  chamada Água Santa.

Atravessar a cidade de Couto de Magalhães é reviver a memória das tropas. Seus caminhos serviram para muitos percursos rumo a Diamantina e toda a região mineradora. O conjunto de serras que formam o maciço do Espinhaço servia como guia para as famosas “pedras brancas”, os diamantes, a riqueza mais cobiçada pelo homem do século XVIII. A sua localização, próxima a Diamantina e no sentido do nordeste de Minas, possibilitou que este fosse um dos locais mais procurados para pousos de tropas, fortalecendo assim o comércio, embora o declínio da mineração atingisse toda a economia local.

Um segundo momento da história deste povoado foi iniciado com a decadência da mineração. O lugar possui terras férteis, das melhores da região para cultivo. Investiu-se então, no plantio de árvores frutíferas, chegando a atingir escalas altas na produção de variados frutos.

Dos tempos do período colonial, é possível observar, ao percorrer a cidade, um conjunto urbano com diversas técnicas construtivas nas fachadas residenciais. Os vestígios dessas técnicas, como o pau-a-pique, o adobe e os muros de pedras, relembram estruturas de trabalho construídas pelos escravos. As formas de ocupação e modos de viver, que construíram lentamente o acervo cultural material e imaterial da região, convivem com novos valores.

O contexto em que fora erguido o conjunto urbano não tem datação precisa. Os primeiros edifícios, hoje tombados pelo Patrimônio Estadual, foram a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que possui como um de seus destaques a pintura do forro da capela-mor com a Virgem da Conceição, querubins e guirlandas, e a Capela do Bom Jesus de Matozinhos, com retábulos pintados e esculpidos ao estilo rococó.

O casario dos séculos XVIII e XIX que ainda permanecem, concentram-se na Av. Diamantina, antiga Rua Direita, onde existia o Pouso dos tropeiros.

Atualmente, a principal atividade econômica é a agropecuária, seguida de comércio e mineração. Sua paisagem urbana principal conserva elementos remanescentes da época de sua criação. Sua bonita topografia é mesclada pelos seus belos campos de sempre-vivas com montanhas de pedras e abundantes vertentes de água.

Povoado anteriormente habitado, em sua grande maioria, por escravos trazidos para a exploração do diamante, ouro e atividades diversas, como, por exemplo, a fabricação de fubá. Em uma fazenda próxima, encontram-se três moinhos em funcionamento, um ao lado do outro, datados das últimas décadas do século XVIII.

Ao atravessar a cidade pela via principal nota-se uma pequena produção artesanal, em taquara, que religa, através de suas tramas e cores, aos ancestrais africanos.

A associação “Arte Couto” é a principal plataforma dos talentos da terra: colchas de retalhos, bonecas de palha, artesanato em madeira, peças de couro, tecelagem, oratórios, cestas de bambu, tecido de flores, arranjos, tricô, crochê e quadros que retratam a paisagem e o cotidiano local.

Dentre as festividades tradicionais religiosas, destaca-se a Festa de Nossa Senhora do Rosário, que acontece no mês de setembro, anualmente, festa de devoção popular que  sempre contou com a presença dos negros no reinado e no Grupo da Marujada. São três dias de festa, com novena, alvorada, mastro, reinado dos festeiros, missa festiva e procissão. É quando a cidade atrai turistas para apreciar as suas tradições.

A dinamicidade de seu povo, aliado à arte e à cultura, fazem de Couto de Magalhães, uma cidade belíssima!

Anteriores a 2023.

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